1 de jun. de 2021
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Queda de cabelo[/caption] A queda de cabelo é uma das principais queixas nos consultórios dermatológicos. Há milhares de causas para o problema, incluindo dietas restritivas, estresse e genética. A dermatologista e fundadora da Inova Clinic, Alessandra de Melo, responde as principais dúvidas sobre o assunto. Quando a queda de cabelo deixa de ser normal e passa a ser motivo de preocupação?
Alguns dermatologistas defendem que a fase de queda do cabelo atinge, em média 100 fios por dia. Assim, quando uma quantidade maior do que 100 fios por dia cai, passa a ser preocupante. Já outros médicos acreditam que não dá para falar em número de fios, pois isso varia e depende se o cabelo é mais denso ou mais ralo. Sugiro que o paciente fique atento para aumentos na quantidade que cai.
O que gera a queda anormal?
Existem mais de 2500 causas para a queda de cabelo, mas a predisposição genética é o principal fator tanto no homem quanto na mulher. Outra causa muito comum vista no consultório é o depósito de ferro baixo (Ferritina<70ug/L já causa queda de cabelos), sendo necessária reposição de Ferro, mesmo estando o Ferro sérico dentro da normalidade. O estresse físico e psíquico, regimes alimentares rigorosos, anemia, distúrbios metabólicos ou qualquer redução significativa do peso também pode provocar o problema. O uso de anabolizantes, cigarro e álcool também podem agravar a queda. Outra causa são as alterações no funcionamento da tireoide. É importante consultar o dermatologista para que seja feita uma investigação cuidadosa das possíveis causas.
Quais os tipos de calvície?
Alguns tipos de calvície: a alopecia androgênica é uma manifestação fisiológica que atinge principalmente os homens, mas que também pode afetar as mulheres. Ocorre devido à uma herança genética e o histórico de calvície pode vir tanto do lado da mãe como do pai. O processo acontece devido a ação da enzima 5-alfa-redutase sobre o hormônio testosterona (a mulher também apresenta este tipo de hormônio, porém em menor quantidade que o homem) resultando no subproduto DHT (dihidrotestosterona). Este último age sobre os folículos pilosos, provocando o seu afinamento e miniaturização. A alopecia areata é um transtorno caracterizado pela perda repentina de cabelo em uma área particular, que cresce de volta depois de alguns meses. A causa exata desse tipo de calvície é desconhecida. Muitos acreditam ser devido a uma desordem autoimune. A alopecia tóxica (calvície tóxica) pode ocorrer após uma febre alta ou doença grave. Também é ocasionada devido a doses excessivas de algumas drogas que contenham tálio, vitamina A e retinóides. O pós- parto e doenças da tireoide podem desencadear a calvície tóxica. Este tipo de calvície é caracterizado pela perda de cabelo temporária.
A alopécia cicatricial são áreas contendo cicatrizes de queimaduras, ferimentos, infecções por bactérias ou fungos que podem impedir o crescimento de pelos em volta. Já a alopecia universal é o tipo mais agressivo de calvície, onde há perda de todo o cabelo e de toda a pilificação do corpo, o que causa muitos transtornos emocionais no paciente. Muitas vezes, o acompanhamento psicológico pode ser útil para lidar com tal situação.
Lavar os cabelos todos os dias e dormir com eles molhados causa queda? Quais os maiores mitos sobre queda capilar?
A lavagem diária dos cabelos não interfere nos bulbos capilares. Os fios que caem durante a lavagem cairiam de qualquer forma, em outro momento, pois já estavam em fase de queda. Outros mitos comuns são que usar condicionador e lavar os cabelos menstruada causam queda, colocar anticoncepcional no shampoo faz o cabelo crescer. Nada disso é verdade.
Quais são os tratamentos mais indicados? Após se descobrir a causa da queda de cabelos essa deve ser tratada. Seja por reposição de ferro, controle das alterações da tireoide, entre outras. Quando se trata de alopecia androgenética é necessária uma intervenção com medicamentos, como a finasterida, o minoxidil e o 17-alfa-estradiol. Outros tratamentos também são muito satisfatórios e podem ser realizados isoladamente ou combinados. Alguns deles são intradermoterapia, que consiste na introdução, através de injeções no couro cabeludo. O laser fracionado também pode ser uma opção, já que faz pequenos microcanais no couro cabeludo, permitindo a aplicação de uma substância indicada pelo dermatologista (por exemplo, finasterida ou minoxidil), além de estimular o crescimento. O laser permite que o produto penetre mais profundamente na pele. Outra opção com ótimos resultados é a fotobioestimulação por LED (Luz emitida por Diodo), é um laser de baixa potência que tem efeito anti-inflamatório, diminuindo a queda capilar. O mais importante para se ter sucesso no tratamento é identificar o tipo de calvície para que essa possa ser tratada de forma adequada.